Será assim tão difícil para quem governa o país dialogar com quem não partilha dos mesmos ideais?
No passado dia 10 de março, Portugal adormeceu ao som da democracia. A canção de embalar mudou e com a mudança, apareceram inúmeras críticas ao espírito democrático. Efetivamente, criticar resultados eleitorais será sempre um exercício antidemocrático. O Chega conseguiu adquirir a confiança de mais de um milhão de eleitores e devemos olhar para os resultados como um efeito da evolução de um país.
Entristece-me a banalização do termo fascismo. O que é o fascismo que no início do discurso de Pedro Nuno Santos os militantes socialistas condenaram na lengalenga “25 de abril sempre, fascismo nunca mais”? É o Chega um partido fascista? Parece-me impossível a iliteracia que transborda neste tipo de cânticos. Ora o nosso país é uma democracia e como qualquer democracia vê a mesma ser empoderada pela separação de poderes.
Em relação à intransigência e soberba com que Luís Montenegro fala de um entendimento com o Chega, considero que para além de ser um desrespeito para com os portugueses que depositaram a sua confiança no partido de André Ventura, é do mesmo modo um desrespeito total para com a democracia e o pluripartidarismo.
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