A propaganda é simples; a história é complicada. Ao contrário do que a nossa atual direita pensa, Portugal não se tornou numa democracia verdadeiramente livre com o 25 de Novembro.
As coisas nunca são tão simples como nos querem fazer crer. Nos últimos dias, semanas e meses, uma data transformou-se no santo-e-senha do regime: quem se quer afirmar de esquerda, desvaloriza o 25 de Novembro; quem se quer afirmar de direita, exalta o 25 de Novembro. O exercício teria graça, não se desse o caso de se basear num nebuloso equívoco.
A 25 de Novembro houve uma derrota, mas não existiu uma ruptura. Os planos da esquerda revolucionária que se tinha infiltrado nas Forças Armadas e tomado conta de alguns quartéis foram travados. Mas o que se seguiu não foi, imediatamente, uma democracia plena — foi uma penosa e difícil negociação.
As primeiras eleições seriam as legislativas, a 25 de Abril de 1976. Mas, antes do voto, tinha que haver uma Constituição aprovada; e, antes de ser aprovada a Constituição, tinha que haver um acordo. Isto porque o MFA não pretendia deixar os partidos à solta. Em vez de permitirem que os deputados constituintes, democraticamente eleitos um ano antes, cumprissem a sua função em absoluta liberdade, os militares impuseram-lhes a sua força.
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