Desde os 20 anos que planeou a carreira para não depender de uma empresa para sobreviver. Foi feliz no percurso que escolheu e chegou ao seu cargo de sonho, o de diretora Financeira da Microsoft Portugal. Há um mês, com 44 anos, decidiu fechar a porta: “reformou-se”. Rita Piçarra é a convidada deste episódio do podcast “O CEO é o limite”, onde falamos da vida que há além da carreira
Rita Piçarra, ex-diretora Financeira da Microsoft Portugal, durante as gravações do podcast"O CEO é o limite"Diz-se ambiciosa e não têm dúvidas de que a Microsoft é a melhor empresa para trabalhar. Mas ela, Rita, não quer trabalhar mais. “Orientei todo o meu percurso para não depender de uma entidade terceira que me pague o salário, poder livremente definir o meu momento de parar e de ser dona do meu tempo", explica.
Rita iniciou a carreira na área da consultoria, na Deloitte, mas foi na Microsoft que durante 18 anos cresceu profissionalmente. Trabalhou fora de Portugal, ocupando cargos de responsabilidade na estrutura da tecnológica nos Estados Unidos, França, Brasil, Espanha entre outros países. “Sempre poupei e tudo o que poupei investi a pensar neste momento”, explica Rita.
A gestora balanceou os seus investimentos entre produtos de maior e menor risco, mas foi sobretudo no imobiliário que aplicou a maior fatia do que conseguiu amealhar a trabalhar no estrangeiro e é também daí que a partir de agora garantirá a sua subsistência. Uma fórmula que, reconhece, não está acessível à generalidade dos profissionais em Portugal. “Poupar 15% a 20% do meu salário a trabalhar fora de Portugal não é o mesmo que que tentar fazê-lo aqui”, admite Rita Piçarra. Mas vinca que foi para chegar a este momento, ter tempo para si e para gozar a vida enquanto o pode fazer que lutou e trabalhou intensamente.