Há um imenso rancor que arde em violência nas ruas de Paris, Lyon, Bordéus, Nantes, Toulouse e em muitas outras cidades francesas. Uma revolta acumulada nas periferias, por pessoas que vivem uma vida periférica, estigmatizada. Não é a primeira vez, nem será a última. Mas agora surpreende pelo nível de violência generalizada e gratuita após a morte de Nahel, o menor de 17 anos abatido pela polícia, num uso da força manifestamente desproporcionado. Um daqueles jovens periféricos de zonas e bairros mais desfavorecidos, onde também vivem muitos portugueses.
Perante este quadro de uma sensação de injustiça e de discriminação repetida, compreende-se que a revolta nasça mais facilmente, atingindo desta vez uma violência e destruição completamente injustificadas. No vídeo do acontecimento, vêm-se dois polícias debruçados sobre a janela de um carro amarelo parado, um deles de arma apontada.
A mãe de Nahel, que vivia sozinha com o filho e tinha com ele uma relação de forte cumplicidade, destroçada, utilizou a imprensa e as redes sociais para apelar a uma marcha branca. Pacífica, portanto. Mas quando um jornalista lhe pergunta se a marcha também é de revolta, a mãe diz logo que sim.
A França vive um mal-estar profundo, com uma grande fragmentação social e muitos bairros em que as populações e, particularmente, os jovens, se sentem estigmatizados e excluídos. A falta de um centro político inviabiliza o diálogo e dificulta a resolução de problemas.
Mas, em vez disso, a extrema-esquerda, atribui toda a responsabilidade à polícia, critica o abuso da autoridade, fala de exclusão. A direita Republicana, que se radicalizou, e a extrema-direita de Marine le Pen, dão apoio total às forças de segurança, apelam à lei e à ordem e a mais autoridade, indiferentes ao contexto dos quartiers.
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