Marcelo Rebelo de Sousa regressa na quarta-feira pela décima vez à Universidade de Verão (UV) do PSD, naquela que será a sua primeira participação presencial nesta iniciativa de formação política desde que foi eleito Presidente da República.
O PSD e o chefe de Estado confirmaram na segunda-feira esta deslocação a Castelo de Vide , que acontecerá no jantar-conferência a partir das 20:00, e Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de divulgar uma nota no site da Presidência da República a ‘balizar’ os limites da sua intervenção.
Na sua estreia na UV, que aconteceu na terceira edição desta iniciativa, o antigo líder do PSD entre 1996 e 1999 admitiu que poderia ponderar uma candidatura à Presidência da República, mas apenas caso Cavaco Silva não entrasse na corrida a Belém de janeiro de 2006, o que viria a acontecer. Em 2007, numa aula sobre os “Dez Mandamentos da Democracia”, Marcelo Rebelo de Sousa acusou o então primeiro-ministro socialista José Sócrates de ter dado “alguns pontapés” em vários – como no pluralismo da comunicação social, direitos económicos e sociais e até, de forma subtil, na independência dos tribunais -, e assumir “tiques autoritários ou de arrogância”.
Dois anos depois, com Portugal sob ajuda externa e o PSD a liderar um Governo de coligação com o CDS-PP, o professor Marcelo defendia imaginação para lidar com as avaliações da ‘troika’ e que o Governo não deveria pedir mais tempo nem dinheiro aos técnicos internacionais . Nessa ocasião, remeteu para o verão do ano seguinte a discussão sobre os nomes de candidatos presidenciais – “não vale a pena estar a estragar nomes, a atirá-los para a fogueira” –, numa eleição para a qual viria a anunciar que estava na corrida a Belém em outubro de 2015 e a vencer à primeira volta em janeiro de 2016.
Já como chefe de Estado, só em 2018 voltaria a responder, por escrito, a perguntas dos alunos da UV, reconhecendo então que “é cada vez mais difícil” ser Governo, oposição e até Presidente da República, e considerando que o primeiro executivo de António Costa, apoiado numa ‘geringonça’ à esquerda, representou o nascimento de “uma nova prática constitucional”.
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