Ciganos portugueses. Uma corrida de obstáculos para arranjar emprego

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Desempregados ciganos entre as fracas habilitações e a recusa dos empregadores em contratá-los. Retratos de pessoas que conseguiram ultrapassar barreiras. Este é o quarto capítulo da série especial Portugueses ciganos – uma história com cinco séculos 

Guiomar Sousa está em luta para se manter no mercado de trabalho. Daqui a uns dias, termina o estágio integrado no curso que esteve a fazer graças ao Instituto de Emprego e Formação Profissional . E tudo recomeça. Procurar anúncios, enviar candidaturas.

A queda do modo de vida tradicional levara muitos a recorrer ao Rendimento Mínimo Garantido, actual Rendimento Social de Inserção . Em 2012, tornou-se obrigatório os beneficiários desempregados inscreverem-se nos centros de emprego. Apareceram muitos ciganos nos serviços. Deixando de fora os técnicos da área da formação, ouvindo apenas alguns da área do emprego , mais de metade afirma que, “frequentemente”, os empregadores rejeitam candidatos por serem ciganos. Assumem que “não têm competências”, que “não são confiáveis”, que são “desmotivados”, “preguiçosos” e “irresponsáveis”.

Quando convidaram Almerindo, ele nem queria acreditar. “Que bom ter um trabalho, um salário. Que bom não estar sempre a ser chamado para formações ou andar à procura de emprego.” E que bom poder pagar contas. Susana só parou de trabalhar quando engravidou. Havia um risco. Sofreu um aborto. Tornou a engravidar. No ano passado, regressou ao mercado de trabalho. “Trabalhei um ano nas limpezas. Acabou o contrato, agora estou à espera. A minha mãe está doente e não consegue ficar com o meu filho.” No início do próximo ano lectivo, entrará no pré-escolar. “Ele tem três anos. Vou ver se arranjo trabalho na parte da manhã.

Não aceitou, mas quando o convite se repetiu, em 2014, disse que sim. Precisava de ganhar dinheiro. E percebia que o trabalho não punha em causa o seu papel de esposa e mãe. “Era no bairro. Eu ia almoçar a casa. Dava para deixar os meus filhos na escola e ir buscá-los.” Os familiares aceitaram. Só não gostavam que tivesse de se deslocar e de passar uma ou duas noites fora.

Contou-lhe uma amiga, supervisora numa loja, que quando ali começou a trabalhar a formadora recomendou-lhe: “Se perceberes que a pessoa é cigana, não te dirijas a ela.” Calou-se. “Teve de demonstrar primeiro a capacidade dela. Não deixou logo que soubessem que era cigana para não a julgarem por todos os rótulos associados à palavra ‘cigano'.”

Não cruzou os braços. Esteve um ano a trabalhar numa empresa de lavagem de automóveis. Começou a fazer entregas de refeições através de uma plataforma digital. Fez o curso de operador de TVDE. “Isso traz uma grande facilidade para as pessoas de etnia cigana. Não há patrão.” Não gostou de ouvir aquilo. Era como se lhe estivesse a dizer que ele, por ser cigano, valia menos do que os colegas que não o são. Que tinha a sua identidade étnica que ver com o seu valor? A identidade étnica nem é estática.

Falou com o presidente da Câmara de Belmonte. O autarca encorajou-o. Havia um programa específico para promover a empregabilidade de beneficiários de RSI, o Contrato-Emprego Inserção +. Podia assinar um a fazer trabalho socialmente necessário.Antes dos trabalhos de manutenção, António trabalhou em fábricas, oficinas e feiras.Era o que António queria ouvir. “Comecei a trabalhar. Gostaram muito de mim. Não me deixaram sair.

A maior parte dos técnicos inquiridos nos centros de emprego de Lisboa e Porto tem conhecimentos gerais sobre diversidade cultural. Poucos sobre esta minoria específica, mas grande parte manifesta vontade de frequentar formação sobre história e cultura cigana. O recurso a mediadores interculturais é residual.

Naquela altura, decorriam vários cursos — “empregada/o de andar, empregado/a de bar, costura, logística de armazém e outros”. “Algumas pessoas acabaram por ir a estágio e uma delas ficou a trabalhar numa grande superfície comercial. Chegámos a acompanhar outras pessoas a entrevistas de estágio, mas o projecto acabou.”

Tem pena de que a experiência se tenha esfumado. “Aqueles seis meses foram para as pessoas me conhecerem, para saberem que podiam contar comigo. Ainda hoje me perguntam por algum tipo de formação. Mandam mensagem, ligam, falam comigo se me virem na rua. A ligação foi feita.”Sandrina Lamas e Yuriy Raychev vão de casa em casa informar imigrantes búlgaros .

Diz Sandrina que ali, naquele pedaço de Nordeste Transmontano, a população portuguesa cigana “está bem integrada”. “Não temos de andar sempre atrás das pessoas: ‘Ah, tens de ir à escola ou ao centro de saúde.’” Sandrina é portuguesa, filha de mãe cigana e pai não-cigano. Yuriy é búlgaro, filho de mãe cigana e pai não-cigano.Ao estudar Educação Social no Instituto Politécnico de Bragança, o desconforto desapareceu. “Acho que este curso me fez muito bem também. Fez com que eu lutasse contra as minhas frustrações, porque eu sempre tive algumas frustrações. Não gostava de ser cigana.

Ninguém deu pelo seu lado cigano quando entrou na Escola Profissional de Imagem, em Lisboa. Só no momento de discutir a prova de aptidão profissional achou que fazia sentido falar na sua identidade étnica.

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